Seca
Estiagem avança nas cidades da Zona Sul
Assim como outros 32 municípios gaúchos, São Lourenço do Sul também decretou situação de emergência
Divulgação -
Depois da tempestade, a seca. Em outubro de 2019, o município de São Lourenço do Sul decretou situação de emergência por causa das fortes chuvas de granizo que atingiram a cidade. Três meses depois, o cenário é oposto. Se havia excesso de chuvas, agora há falta. A prefeitura novamente decretou estado de emergência. Desta vez, pela estiagem, que fez com que outros 32 municípios gaúchos também confirmassem situação de emergência.
A condição no município preocupa. O prefeito Rudinei Harter (PDT), em conjunto com o secretariado, com a Emater e com o Conselho Agropecuário Municipal, decretou a situação de emergência como forma de auxiliar os agricultores da cidade. O objetivo é ajudá-los a ter maior flexibilidade em seus compromissos financeiros, na renovação de prazos e financiamentos. Ainda assim, o prefeito antevê muitas dificuldades. “Os prejuízos estão sendo enormes. Em determinadas lavouras, chega a 100% de perdas. O atraso na colheita dá dimensões ainda maiores a esses prejuízos” declarou o prefeito. Em decorrência da estiagem, a própria estabilidade financeira de São Lourenço traz preocupação. 2020 se projeta como um ano de dificuldades. “É lamentável, porque tudo indica que teremos um ano com a economia municipal muito comprometida. 70% da nossa economia gira em torno da agricultura”, lembra o gestor.
O laudo realizado pela Emater ainda não foi concluído, mas relatórios preliminares desenvolvidos pela empresa em conjunto com o Conselho Agropecuário Municipal de São Lourenço apontaram prejuízos financeiramente milionários. Em termos percentuais da terra, as plantações de feijão sofreram a maior perda, tendo 65% de seu plantio prejudicado. Na cidade, a plantação do fumo perdeu aproximadamente três mil hectares de terra, o que corresponde a 35% de sua plantação total. A perda representa um déficit de R$ 67 milhões ao município. Soja, milho e hortifrutigranjeiros também representaram perdas significativas.
Na zona de cobertura da regional da Defesa Civil, outros sete municípios já decretaram situação de emergência. Na Zona Sul, além de São Lourenço, Canguçu e Amaral Ferrador já haviam decretado. Se a estiagem persistir, a tendência é que outras cidades também confirmem este status. “ Varia muito de cidade pra cidade. Em algumas tem chovido, ainda que pouco, em outras a chuva está mais escassa. Há cidades que estão mais preparadas, outras ficam prejudicadas. Chuvisca é o município que está mais próximo de homologar seu estado de emergência, mas com a continuidade da estiagem, outros também devem se juntar a esses oito” afirmou o tenente-coronel Leonardo Nunes.
Em Pelotas, a situação não traz grandes estragos. Segundo o técnico da Emater, Edgar Noremberg, o panorama traz algumas perdas, mas nada significativo. “Tivemos perda de 20% no tabaco e de 10% no milho. Não representa uma perda significativa. Até pelo fato de ter chovido e uma precipitação bem distribuída, estamos em situação que não gera esse estado de emergência. Embora a estiagem deva seguir, não há perspectiva de que façamos esse decreto” afirmou Edgar.
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